Plano Piloto - Hilda
Pôster de Hilda, no Netflix.
Bem-vindo
você, amigo do Tubarão Asmático, ao Plano Piloto! A série onde nós vamos
discutir o que eu tiver visto recentemente!
Poucas
vezes uma série me fez ficar tão maravilhado com um mundo quanto a série que
vamos analisar essa semana. É difícil hoje em dia ver um universo tão incrível
e bem construído sem usar uma palavra pra explicar o motivo de ele ser assim.
Essa série é Hilda, que chegou ao Netflix em setembro e surpreendeu
espectadores de todas as idades.
Pra
começar: Hilda é baseado em uma série de graphic novels, conhecida também como Hildafolk, escrita por Luke
Pearson, que hoje eu, e mais um monte de gente, consideramos um gênio não só
pela narrativa simples, genial e fofa, não só pelo mundo simultaneamente
fantástico e mundano, mas também pela arte de tirar o fôlego. Sim, apesar de
Hilda ter um “traço infantil”, tanto a série quanto a coleção de quadrinhos são
feitos com carinho e atenção a detalhe nas cores, cenários e no design de
personagem. O trabalho do cara já foi comparado a obras primas da animação,
como Gigante de Ferro, e até mesmo aos trabalhos do GÊNIO Hayao Miyazaki,
fundador do lendário Studio Ghibli e um dos maiores nomes da história da
animação. Não é à toa que Hilda foi nomeado a sete prêmios e levou quatro
deles.
Capa de Hildafolk, desenhada com um carinho que o leitor sente ao ler!
Hilda
é sobre uma garotinha de cabelo azul chamada Hilda, que vive em uma casa na
floresta junto com sua mãe e seu veado-raposa Twig. Ela é muito feliz lá, interagindo
com os diversos seres míticos que vivem lá. Esses são os clássicos da mitologia
nórdica e de RPG, mas com uma visão única do genial Luke Pearson, criaturas como
pequenos elfos, trolls, gigantes e até o FANTÁSTICO E MELHOR PERSONAGEM DA
SÉRIE: o Homem de Madeira.
Sua
mãe quer se mudar pra cidade de Trollburgo, onde cresceu, mas Hilda quer porque
quer ficar na sua quieta florestinha vivendo seus dias em aventuras místicas. Infelizmente,
um acidente ocorre e sua casa, construída por seu avô, é destruída, fazendo com
que a família tenha que se mudar, algo que é aceito por Hilda em pouco tempo
enquanto ela faz novos amigos e vive novas aventuras.
A
série é lotada de lições sobre respeito, aceitação e ser uma pessoa legal no
geral de maneira divertida, sem forçação de barra ou qualquer coisa do tipo, o
que torna o desenho ainda melhor já que, diferente de muitos hoje em dia, ele
respeita a inteligência do espectador.
A
beleza de Hilda vai muito além da qualidade da obra; já falei muito de seu
mundo, mas chegou a hora de explora-lo! Quem segue o blog SABE que uma das
minhas maiores paixões é o folclore, minha outra série, o Criptofauna, é toda
baseada nele. Hilda não só usa as lendas da mitologia nórdica, a que me fez
amar folclore e leitura do jeito que eu amo hoje, a série trata as diversas
narrativas que usa com respeito, carinho e muita inteligência. O primeiro
exemplo disso é bem no comecinho da série, quando Hilda e Twig, (eu vou usar o
nome dele em inglês, não quero ouvir reclamação) seu veado-raposa de estimação,
encontram uma pegada gigante que pertence a um... Gigante. Mas não é um gigante
qualquer! Quando a criatura do tamanho de uma montanha aparece, Hilda decide
descobrir mais sobre ele. Logo, ela descobre que esse Gigante, chamado Jorgen,
é um dos últimos de sua espécie na terra, um paralelo direto pros Jotuns, os
gigantes da mitologia nórdica, primeiros seres vivos do mundo antigo. Mas a
mais inteligente das referências pra mim acontece no episódio 3. Aqui,
conhecemos um corvo falante. É revelado ao longo do episódio que esse pássaro é
uma figura importante da cidade, chamada de Grande Corvo, que deve comparecer à
parada pra anunciar um bom ano. Infelizmente, o passaroco levou uma pedrada em
uma “brincadeira”, algo que nunca devia ser feito, e perdeu a memória. Ele só
lembra de uma estátua de um homem grande e careca. Esse homem careca acaba
sendo Odin, o Pai de Todos, deus supremo do panteão nórdico. O povo da cidade
de Trollberg acredita há séculos que a ave é um dos dois corvos mensageiros de
Odin, que lhe permitiam ver tudo que se passava no mundo dos mortais. Um destes
se chamava Hugin, significando “pensamento” em nórdico antigo, enquanto o outro
se chamava Munin, que significa “memória”. A genialidade de Pearson brilha em
narrativas como essa, onde um simples nome se torna toda uma narrativa.
Hilda
é uma série genial, bonita, educativa e divertida que merece ser assistida por
todo mundo. Se você tem Netflix, assista esse desenho, ele é uma das melhores coisas
que a plataforma tem a oferecer. Hilda também tem um joguinho de celular que parece bem legal, que consiste em explorar o mundo da série e conhecer as criaturas de lá. Ah, e uma nova graphic novel da série sai em setembro
do ano que vem!
A segunda temporada já foi confirmada!
É
bom concluir o primeiro Plano Piloto que não é sobre um anime, refrescante como
suco de laranja fresco e geladinho! Espero que vocês gostem de Hilda tanto
quanto eu gostei e que deixem nos comentários o que acharam da série! Eu sou o
Tubarão Asmático, jornalista, criatura do mar e ser mitológico, lembrando você
de curtir e compartilhar a postagem! Muito obrigado e até a próxima!
Hilda, umas das melhores séries estreladas em 2018, já assistiu Final Space ?
ResponderExcluir