Criptofauna - Baba Yaga


Olá pra você, leitor do Tubarão Asmático! Bem-vindo e volta ao mais novo episódio de Criptofauna! A série onde vamos explorar, discutir e aprender sobre os seres mais místicos e misteriosos do mundo! Preparem suas bombinhas porque hoje vamos falar um pouco de bruxaria!
A figurona de hoje é pouco conhecida por esses lados, mas todo folclore tem sua versão dela. Eu estou falando da Baba Yaga, a velha bruxa eslava, não russa, *eslava*.
Baba Yaga é uma senhora extremamente magra, extremamente velha, extremamente feia com um nariz extremamente arqueado que quase toca o chão por conta de sua extrema corcunda. Parece a visão típica de uma bruxa, não? Como diria o presidente americano Donald Trump: ERRADO! Esse ser carrega um pilão-vassoura mágico, voa dentro de um morteiro, uma das coisas mais hilárias que eu já imaginei pra um ser folclórico desse nível e pode se transformar em uma bela e jovem moça ou em uma senhora simpática que te oferece comida pra te atrair pra casa dela, que não tem absolutamente nada de suspeito. Quer dizer, além da cerca feita de ossos humanos decorada com crânios de olhos iluminados que olham pra você. Ah, e a casa tem FUCKING PERNAS DE GALINHA.
Os ossos na cerca de Baba Yaga não são de decoração; são os restos das vítimas atraídas e devoradas por ela em atos terríveis de canibalismo. Ela anda pela floresta procurando pessoas para devorar armada com seu olfato digno de um porco caçador de trufas e um bordão incrível: “Eu sinto cheiro do espírito russo!”, a referência mais bizarra a “Smells like Teen Spirit” do Nirvana que eu vi na minha vida. Mesmo assim, o alinhamento da bruxa é questionável, flutuando entre o caótico mau e o caótico neutro.
Isso é demonstrado em algumas de suas histórias. Em O Jovem Corajoso, uma lenda fantástica onde todo mundo é completamente idiota, um rapaz é pego pela velha. Animais mágicos falam pra ele não interromper quando ela estiver contando colheres, algo que ele, em um incrível ato de genialidade, faz. Ela manda uma de suas filhas assar o garoto, que a joga no forno, algo que a bruxa só descobre no jantar. Ela o prende, conta colheres, ele atrapalha e por aí vai, até que as três filhas dela estão mortas. Como NINGUÉM pensou em amarrar o guri ou simplesmente matar ele, eu não sei, mas a velha morre no final, surpreendentemente assada como um peru de natal.
Outra linda e educativa história, dessa vez de uma variedade mais inteligente, é a de Vassilissa, a Bela. Essa história pode ser rapidamente descrita como Cinderella Russa ou Cinderella x Annabelle: o crossover que você não sabia que precisava. Aqui, a mãe de Vassilissa lhe dá uma boneca de presente. Ela morre, deixando um feitiço materno no brinquedo que faz com que ele limpe e arrume a casa, muito prático, queria. A nova madrasta má e suas filhas atormentam a pobre garota, eventualmente mandando ela pra floresta pra conseguir lenha com a Baba Yaga, uma pegadinha digna de ir pro YouTube. Ao chegar lá, a bruxa recebe bem a garota, que tem um bom coração, mas manda ela de volta com uma tocha gótica feita com um crânio ao ver a boneca enfeitiçada com o poder de um abraço de mãe. A garota volta pra casa em segurança e a boneca queima a madrasta e suas filhas vivas, a versão russa de um final feliz.
Uma coisa que você deve ter notado nessas histórias é a semelhança gritante com alguns contos de fadas. E de fato, a similaridade denota que ela pode ter sido a base pra essas histórias, algo que também é sugerido por historiadores que acreditam que a Baba Yaga é uma figura pagã antiga demonizada pelo cristianismo. Como eu disse no começo, toda cultura tem sua Baba Yaga. Nós temos a Matinta Pereira, uma velha com o poder de se transformar. Seu grito estridente pode ser ouvido à noite e assombra os moradores, que prometem fumo em troca de segurança, uma promessa cobrada pela manhã por uma mendiga. Acredita-se que algumas mulheres têm a habilidade de se tornar Matinta.
Enquanto isso, o Japão tem as Yamauba, também conhecidas como Onibaba. Elas aparecem como senhoras simpáticas morando sozinhas em cabanas à beira da estrada em montanhas. Elas convidam viajantes cansados para comer e passar a noite em suas casas, tornando eles alvos fáceis. Durante a madrugada, a Yamauba revela sua verdadeira forma: uma velha horrenda que pode ter chifres ou presas que se alimenta de carne humana devido à escassez. As lendas dizem que elas são mulheres acusadas de crimes que fogem pras colinas ou idosas que são deixadas pela família na floresta em tempos de fome. De qualquer forma, o ódio causado pela tragédia transforma essas pessoas nesse temido youkai aos poucos.
Pouco se vê da Baba Yaga na cultura pop, ao menos pouco que eu tenha encontrado. Nos animes, um exemplo notável é o Castelo da Baba Yaga, e Soul Eater, base da organização Arachnophobia. Outro mais notável ainda é a própria Baba Yaga, vilã do raro filme do Studio Ghibli Mr. Dough and the Egg Princess, exibido somente no museu oficial do estúdio.
Enquanto isso nos jogos, temos a Baba Yaga em Castlevania: Lords of Shadow, que aparece no submundo, se eu não me engano, e em Rise of the Tomb Raider existe o DLC Baba Yaga: Temple of the Witch, que leva Lara Croft a uma nova aventura busca do lar da bruxa. Duas bruxas, duas casas, curiosamente.
E isso é tudo da bruxa, pessoal! Espero que tenham gostado do mais novo Criptofauna e da nossa amiga *eslava* Baba Yaga! Não se esqueça de compartilhar se tiver gostado! Eu sou o Tubarão Asmático, muito obrigado e até a próxima!

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